quarta-feira, 18 de julho de 2007

Karine Alexandrino e a saga de Producta, uma adúltera

Drama de erros e acertos de uma senhorita na contemporaneidade

“a luz que falta nos homens
é a sombra dentro de mim”
(Balada de Perdicta - Karine Alexandrino)



Estava ela caída em meio aos pés dos que passavam despreocupadamente e que, de repente, paravam para vê-la, percebê-la. A mulher tombada, horizontal, olhando o mundo pelo ângulo menos glorioso. Intencionalmente jogada ao chão, rebaixada a sua condição de mulher moderna ou pós-moderna ou trans-moderna. Provocando sensações nos que estão em sua volta.
Producta, alta e forte, elegantemente desajeitada é derivada do gasto latim producto. Uma criação derivada de conceitos e conteúdos de tempos arcaicos transvalorados. Adúltera por convicção, Producta é considerada. Capa de jornal, nota de revista e matéria de página inteira. Segundo alguns, sua vocação é provocar. Ela diz ser “simpleszinha”. Alter ego de Karine Alexandrino, Producta é artista: cantora, apresentadora, atriz, performer, fotógrafa, colunista social, produtora e agitadora cultural. Considerada a diva anti-diva da nova música brasileira é querida por muitos, quase todos.
Aqui se quer deixar antever por uma fresta um pedacinho, um início, da saga de Producta, personagem de si mesma. Mulher tombada por convicção em busca do reconhecimento público e das instituições. Uma campanha para tombar o seu matrimônio material e imaterial deve ser iniciada em breve junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Juntamente com o ofício das Paneleiras de Goiabeiras, o Samba de Roda no Recôncavo Baiano, o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, o Ofício das Baianas de Acarajé, a Viola-de-cocho, o Jongo e a Arte Kusiwa dos Índios Wajãpi, Producta será solenemente inscrita no Livro de Registros das Formas de Expressão. Será reverenciada como um dos mais importantes patrimônios de nosso país.

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