quarta-feira, 25 de julho de 2007

Apresentando Producta


Producta é fruto da ação e reflexão esquizofrênica de uma senhorita consciente de si e do mundo contemporâneo e de si no mundo contemporâneo. Viva e atuante, Producta é produto, é adúltera e artista quase sempre. Adora se imiscuir na alma alheia.
Começou com o negócio de música no ano de 2002. Aviltou a sociedade com seu primeiro cd batizado: Solteira Producta. Em 2005 lançou o segundo cd que chama-se: Querem acabar comigo, Roberto. Frutos da mesma idéia e reflexão: “Trilogia Producta, drama de erros e acertos de uma senhorita”. Um terceiro cd está por vir para completar a cabalística produção.
A escolha do repertório e as letras das músicas passam pelos dramas cotidianos, amores infrutíferos e reafirmações gloriosas das forças espetaculares de Producta. Canções com arranjos tirados dos sacos de melodias de infâncias vividas em Fortaleza, misturadas com os barulhos ensurdecedores de sua imaginação berrante e cosmopolita.
– “Sou infantil, ela também. Ela sou eu, aliás nós somos ela, visto que me sinto com muitas personalidades, é a minha doença. Gosto de imaginar a idéia de uma pessoa ter sua própria moralidade. Errar, acertar e não ter problemas com as oscilações. A Producta erra e eu também. Ela gosta de sexo. Ela é criticada e eu também. ...Producta é a cantora, não eu. Muitas cantoras podem estar dentro dela, mas ela não é cópia de ninguém. A música para mim é um meio, não um fim”.
Producta é refinada, é uma mulher jovem, artista, cearense, reconhecida em todo país, nos círculos restritos de pessoas sofisticadas do meio artístico independente. Producta é bem vinda e já é personalidade sempre presente na música, na moda, na imprensa blasé e em badaladas festas e encontros sociais. Desempenha nesses momentos seu papel de musa inspiradora, vedete e observadora arguta do burburinho em sua volta.
– “Porque sou ‘olhuda’ e atenciosa, observo os terrenos, os olhares alheios, medida de prevenção até pra balancear minhas ‘estratégias’de sempre falar o que penso, às vezes sem medir o ouvinte.”
Criou e apresenta em locais públicos a performance “mulher tombada”. Em vernissage, exposição, show, shopping, fila de cinema, no meio da rua, na passarela e na vida cotidiana representa o excêntrico papel de monumento vivo. Sente a gravidade lhe pesar mais sobre o corpo que todos os outros. Uma verdadeira mulher tombada, rente ao chão, no rés do início das pessoas verticais.
– "Mulher-tombada foi o conceito que criei para minha personagem Producta, porque acho que as mulheres deveriam se sentir mesmo um patrimônio, e quando estão vivas. Tombadas porque são jovens, fantásticas. Tombadas porque são mulheres. Para mim, muitas mulheres merecem este título: Rita Lee, Chanel, Shirley Temple, Zelda Fitzgerald e muuuitas outras".
Travar batalha intelectual com Producta em seu tapete de esgrima é arriscar-se a ficar tonto. É inglória a aventura da tentativa de explicar suas convicções. Suas inflexões e percepções sobre a vida, apresentadas em suas músicas, são respostas, por vezes desconcertantes, a questões simples de cotidiano.
–“Não canso, corro, caio, avanço, digo coisas disparatadas e daí? Vão me matar? Neutralidade? Non, ninguém tem o escopo de comer minha seiva bruta de ódio, e amor sargitariano. Sou bem leve, leve...”

Nenhum comentário: