segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Agora é Montage!


Durante a Feira da Música tive opotunidade de assistir shows muito bons. Dentre eles, Wado, Loop B, Madame Mim, Quarto das Cinzas e o mais absurdo de todos Montage.
Creio que Montage tem hoje uma das melhores performances em palco no país. Já tive oportunidade de assistí-los no Noite 3D onde todas as pessoas presentes cantavam as letras das músicas em português, inglês e em grunidos. Todos magnetizados pela figura de Daniel Peixoto que consegue sempre surpreender. A potência da vibração de um show do Montage em um local pequeno e escuro como o Noise é impressionante. Achava que essa potência se dissiparia em um grande palco aberto fazendo o show perder em qualidade. Não foi o que vi.
Primeiro porque Montage tem um séquito de seguidores muito jovens em Fortaleza que acompanham todos os shows. Sempre vestidos de preto, com acessórios e toques pessoais bastante modernos no seu visual, eles andam em bandos e são extremamente comportados e quietos até o momento do show. Podemos confundí-los com nerds, mas como simplesmente não consigo alcançar a velocidade das mudanças de comportamento, hábitos, moda e linguagem da turma mais jovem, fui alertado por meu amigo Paulo André que essa galera antenada agora é “from UK”, seja lá o que isso signifique.
Lá estavam eles todos estericamente amontodos na beira do palco desempenhando papel fundamental de fãs enlouquecidos pela banda, apaixonados por Daniel Peixoto. Essa vibração fazia tremer todo o entorno de expectadores mais passivos, como eu.
O show foi espetacular!

Reforma Agrária do ar

Assisti um show muito bom do Wado que cantou uma música de seu novo CD chamada Reforma Agrária do Ar. Trata da situação absurda e irracional que é o nosso sistema de radio que são conscessões públicas na mão de poucos que ganham bastante dinheiro com venda de espaço de mídia, fazem jabá e tocam apenas umas quarenta músicas em todo o país. A partir de agora vou utilizar em palestra a idéia de reforma agrária do ar do Wado.

Os dois lados

De todos os assuntos atualmente o que mais me interessa é a questão dos direitos autorais. Fiz uma defesa do creative commons, concordei com as declarações maravilhosamente radicais do Ivan que acha o direito autoral um crime e recebi provocações de defensores do status quo do direito autoral no mundo de hoje.
Não aprofundamos a discussão como eu gostaria de ter feito mas para mim a coisa serviu para ter a certeza que estou confortávelmente bem instalado do lado de cá. Gosto da companhia das pessoas desse lado e noto um certo desespero no lado de lá que argumenta técnica e furiosamente, enquanto argumentamos livre e apaixonadamente.
Não posso afirmar que estamos certos em detrimento às argumentações sérias e graves do lado de lá, mas tenho certeza que marcar uma diferença radical é importante nesse caso. Marcar essa diferença faz com que as pessoas se obriguem tomar partido por um dos lados. É como uma eleição onde votamos na proposta que mais se aproxima do que achamos ser o melhor caminho.

Listo algumas das diferenças entre os dois lados:Essas são apenas algumas comparações possíveis. Os leitores que quiserem contribuir com essa tabela basta enviar mensagens.

Fórum pra pensar

Fiz parte do Fórum “Música: Cultura em movimento” que é continuidade do projeto Guia Brasileiro da Música e é organizado por Marinilda Bertolete. A intenção era fazer uma discussão sobre políticas públicas, espaços virtuais, feiras, novas mídias, distribuição e direitos autorais. Fora a pequena frequência do público no debate a discussão foi enriquecedora. Serviu para confirmar algumas reflexões que faço e para abrir novas frentes de pensamento.

Feira da Música, eu fui!


Participei da Feira da Música de Fortaleza como convidado este ano. Há quatro anos ajudava a turma na organização do evento. Revi muitos amigos e matei um pouco da saudade de Fortaleza. Confesso que foi muito bom poder apenas passear pela feira sem preocupações de organização das coisas. Isso me deu oportunidade de refletir o assunto música e mercado sob outra perspectiva.
A feira sempre tem um clima muito bom. A movimentação que a feira faz é muito bonita, mas sinto que falta ao povo de Fortaleza a cumplicidade com os eventos como o povo de Recife parece ter. Não falo apenas da Feira da Música mas de qualquer evento. Parece que as pessoas sempre estão presentes apenas por conta de participar de uma muvuca qualquer não importando muito o resultado do que venha sair daquilo. Isso é muito estranho.